{Resenha} Passarinho - Crystal Chan


Olá leitores!

Hoje no Leitores e suas manias, trago para vocês a resenha do livro Passarinho, da autora Crystal Chan, publicado pela Editora Intrínseca, que terminei ontem pela tarde.
Sabe aquele livro que você compra sem conhecer e sem nunca ter ouvido falar, porque achou a capa fofa e o título interessante? - sou dessas. Esse livro veio parar em minhas mãos por conta de uma promoção nas lojas Americanas há dois anos atrás. Sim, ele ficou parado por dois anos na minha estante. Não sei o que aconteceu que me fez lê-lo agora, assim do nada. Mas o li, e só posso dizer que a leitura me surpreendeu bastante.



Autora: Crystal Chan
Editora: Intrínseca
Páginas: 224
Classificação: 4/5 estrelas.

Sinopse: O avô de Joia parou de falar no dia em que matou o irmão dela. O menino se chamava John, e achava que tinha asas. Subia e saltava do alto de qualquer coisa, até ganhar do avô o apelido de Passarinho. Joia não teve a chance de conhecê-lo, pois Passarinho se jogou do penhasco bem no dia em que ela nasceu. Ainda assim, por muito tempo ela viveu à sombra de suas asas. Agora, aos doze anos, Joia mora em uma casa tomada por silêncio e segredos. Os pais culpam o avô pela tragédia do passado, atribuem a ele a má sorte da família. Joia tem certeza de que nunca será tão amada quanto o irmão, até que ela conhece um garoto misterioso no alto de uma árvore. Um garoto que também se chama John. O avô está convencido de que esse novo amigo é um duppy — um espírito maldoso —, mas Joia sabe que isso não é verdade. E talvez em John esteja a chave para quebrar a maldição que recaiu sobre sua família desde que Passarinho morreu. 

"Não gosto de chorar na frente das pessoas, porque isso revela os buracos que temos por dentro."





Passarinho é um livro que trata sobre perda, dor, amizade e luto. No entanto, achei uma leitura bem leve e rápida, mesmo se tratando de algo tão forte como a morte.

No dia do nascimento de Joia, seu irmão John, de apenas cinco anos, fugia para o que seria sua maior - e última - aventura. Enquanto sua mãe estava dando a luz a Joia, e seu  pai estava ocupado cuidando do jardim, John achou que seria a hora perfeita para voar. Um voo sem volta, e que mudou, drasticamente, toda a história de sua família. Principalmente a vida de sua irmã, que nunca chegou a conhece-lo. 

Seu avô o apelidou de Passarinho pois John acreditava possuir asas. Gostava de subir e saltar na maioria do tempo, e por isso, o apelido. O que seu avô não sabia, era que John REALMENTE acreditava ser um pássaro, e não saber desta, custou a vida de seu neto, levando-o a perder a fala com o trauma e a conviver com o silêncio. 


"(...) Se você entrega muito de si a alguém, rápido demais, essa pessoa pode simplesmente ir embora e levar tudo. E quando se trata de alguém como eu, que já não tenho muito de mim, bem, é preciso ter cuidado redobrado."
Página 12.


Doze anos depois, John parece mais vivo do que nunca em seu meio familiar. Seus pais parecem não notar, ou ao menos querem não se importar com os sentimentos de Joia. Ela é uma personagem forte e única, não aparentando ter apenas doze anos. A querida Joia procura refúgio e companhia naquilo que mais ama: geologia. Cava, investiga, estuda, conversa com pedras, cuida do jardim do pai, e acima de tudo, não desiste dos seus sonhos nem mesmo com sua mãe a colocando para baixo.

Joia transforma o local onde a vida de seu irmão terminou em um refúgio. É no penhasco que Joia pode ser ela mesma, com seus pensamentos, opiniões, dores, medos e lágrimas. O penhasco a conhece como ninguém, até mais que seus próprios pais.

"(...) Mas, na verdade, há lugares especiais em toda parte. Acho que um lugar pode ser especial simplesmente porque é - foi especial desde o início dos tempos e será assim até o fim, como o penhasco -, e outras vezes é especial por causa do que fazemos quando estamos lá."
Página 206. 

Com tudo isso, chega um menino misterioso a sua pequena cidade. E se não bastasse ser misterioso, ele se chama John. Será coincidência? Coincidência ou não, esse tal visitante misterioso que se apresenta como John, vem para desafiá-la, mostrá-la e até mesmo prová-la o quanto ela é forte quando sua única saída é ficar em silêncio. Uma amizade que se formou para descobrirem juntos a forma de quebrar a maldição que impede Joia de ter uma vida mais feliz em seu lar. Uma amizade que qualquer leitor desejaria para si.
Joia e John... como sua família desejava, mas o destino pode nos dar algo e tirar outro, e não há nada que possamos fazer. Nessa amizade, temos conversas sobre o céu, estrelas e o sonho de duas crianças que mesmo sendo tão novas, já carregam tanta dor. John deseja ser astronauta um dia, e se surpreende em como encontrou uma amiga tão inteligente como essa. Seus diálogos ensinam a Joia, de certa forma, a como aprender a lidar com seus sentimentos e a colocá-los para fora, pois guardar-los só a fariam sufocar a qualquer momento. E ela aprendeu.


"Quando algo que você ama é tomado de você, as palavras são inúteis. De que adianta as palavras se elas são vazias, impotentes ou falsas? Por que não ficar em silêncio até o último minuto da eternidade?"



Vi algumas resenhas criticando as conversas entre Joia e John, sendo como a parte cansativa da leitura. Comigo achei completamente o contrário, amei cada segredo, cada descoberta deles juntos, amei a maneira da autora descrever as conversas tão reais de duas crianças conversando. Ainda mais pelo assunto sempre se voltar para céu, estrelas e espaço.

Esse livro também trata sobre religião e miticismo, pois a família de Joia veio da Jamaica e carrega toda sua tradição para a nova cidade, acreditando em maldições e duppys, que não passam de espíritos maldosos que trazem azar para as famílias que ficam desprotegidas. Durante a leitura, a autora nos ensina como a família deve se proteger adequadamente. 

“(…) acho que as pessoas podem ter mais de uma camada, assim como a terra, estratos diferentes empilhados um sobre o outro. Se você cavar, pode descobrir outra camada em alguém. E às vezes essas camadas podem ser surpreendentes.”


Passarinho é um livro sincero e de suma simplicidade, revelando a dor através de uma criança. Livro de estréia da autora Crystal Chan.
Amei essa leitura, recomendo e farei releitura no próximo ano. Espero que vocês tenham a oportunidade de desfrutar dela qualquer dia!









Por fim, gostaria de conhecer a opinião de vocês. Deixem seus comentários ou dúvidas sobre o livro. A participação de cada um de vocês é muito importante e muito bem-vinda!


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- Juliana Avelino

3 comentários:

  1. Olá Juliana!
    Se eu sei como é comprar um livro pela capa e pelos títulos bonitinhos? haha É claro! Mas geralmente a gente dá a sorte de ser um livro bom, não é mesmo?
    Que legal que você tenha gostado desse.
    Abraço!

    http://cotidiano-alternativo.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Olá Fernanda!
      hahahaha esse foi muita sorte, é um livro extremamente belo e rico em reflexões acerca da vida.
      Obrigada pela visita e seu comentário, volte mais vezes, beijos ♥

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  2. great post

    I follow you, hope you will follow me back
    kisses

    Blog: MagdalenaŠ.

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